sexta-feira, 28 de novembro de 2014


REFLEXÃO

No seio da floresta
a voz se calou
O timbre fúnebre ecoou pelas copas das árvores
Via-se  o sangue escorrer 
da lastima perda de teu único filho
Noites e dias a chorar
e nenhuma resposta era encontrada
No seio da floresta
durante mil anos
mil vozes se calaram
Só gritos de súplicas pela paz se ouvia.


Monique Silva

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

POESIA GRAVADA

Cansado
Arte contemporânea
Os dedos das mãos entrelaçam-se nessa visão
Visão escondida
Arte
Arte contemporânea
Versos enigmáticos
Palavras escritas
Cansada
Disposta
Oposto do sexo falado
Mais sentimentos, razão
Mente não futurista
Arte
Arte contemporânea
Mãos estendidas
Luz
Som
Câmera
Corta!
Parou
O corpo parou
A cena cortada
Contida
Alguém cansado
Cansado da  arte contemporânea
Dedos entrelaçados
Corpos alongados
Arte
Arte contemporânea
A arte do jogo das palavras
Não corta!
Ação!
O corpo parou
A mente disposta
Não cansada da arte contemporânea
do oposto sexo falado
com mais sentimento
com pouca razão e visão aberta
de uma mente não futurista
Arte
Arte moderna
Arte
Arte contemporânea 
e...cortou!
Perfeito.
 
 
Monique Silva
 

 
SÉCULO XXI

Se o mundo é tão moderno
Por que há guerras do passado?
Tanta tecnologia, tanta informação
e nenhuma solução
A fome ainda existe
Árvores são derrubadas
Há a indiferença
Se há guerras do passado
e estamos no século XXI
Então esse mundo moderno
é muito ultrapassado.


Monique Silva
FIM DE TARDE

As folhas de outono
caíram em época errada
O frio do inverno
chegou atrasado
Ninguém é como antes
O pôr do sol púrpura
já deixou de ser 
Apenas a luz estasiada
repercute calor
As aves não migram para o sul
simplesmente morreram antes
A morte veio
mas a alma preferiu ficar
Porque as cairam
Porque o clima mudou
Porque não há ninguém aqui.

Monique Silva








sábado, 1 de novembro de 2014



Nós dois
 
 
Você é o que dá carinho.
O que provoca prazer.
É a chave para sair do adormecido.
É o abrigo e o abandono.
Você é o que tira meus pés do chão,
e o foda se o mundo.
Somos só nós dois,
Mais as frias paredes do quarto.
Com os corpos colados,
suados de prazer
para realizar o rito sagrado.
  
Autora: Monique Silva


Primavera
 
Passeando com meu amor
pela Av. Leite de Castro
não vi as tardes passarem.
O tempo para mim
simplesmente ficou intacto.
 
As mesmas árvores
continuam aqui, amigas confidenciais.
Tantos segredos e juras,
guardamos para a eternidade.
 
Nossas faces lisas e límpidas
aveludadas de vivacidez
tornaram-se pêssegos envelhecidos.
O botão das duas horas,
jurou ser nosso renovador.
A cada dia passado
nosso elo florescer se ia mais belo.
 
O canto dos pássaros,
paralisava nossas brigas banais.
À dança da mãe natureza,
celebrávamos os nossos ritos.
 
Aos anos nós resistimos.
A morte esperaremos.
O amor nunca deixaremos morrer. 

Autora: Monique Silva